A inserção de letreiros é frequentemente associado à pós-produção, porém é um recurso também obtido na captação para introduzir elementos em uma continuidade. No cinema trata-se, geralmente, de um primeiro ou primeiríssimo plano, ou de um plano de natureza diferente (créditos ou um texto introduzido na continuidade visual, por exemplo).
Uma das inserções mais utilizadas é a não diegética, aquela exposta na forma de letreiros ou créditos. Irreversível (2002), escrito e dirigido por Gaspar Noé, é um exemplo de filme que se utiliza desse tipo de inserção. Os créditos iniciais aparecem em ordem reversa e espelhada, já situando o espectador do iminente caos que o enredo abordará.
A inserção explicativa ocorre quando um objeto é extraído de um espaço e colocado em outro plano de abstração. Papéis e cartas em primeiro plano são os exemplos mais recorrentes. A clássica cena dos cartões de visita em Psicopata Americano (2000), dirigido por Mary Harron, é um exemplo desse modelo de inserção.
Outro tipo de inserção é a subjetiva, quando uma imagem é apreendida de maneira ausente da ação. As formas mais utilizadas neste caso são flashbacks e fast-forwards. O filme Ela (2014), escrito e dirigido por Spike Jonze, utiliza-se de inserção subjetiva nos momentos quando Theodore (Joaquin Phoenix) relembra dos tempos quando esteve casado.
45 Dias Sem Você (2018), dirigido por Rafael Gomes, utiliza-se de narrativa multitelas nos momentos quando os personagens interagem via celular. Esse é um tipo de inserção diegética deslocada, quando uma imagem – embora perfeitamente normal – é tirada da sua colocação fílmica e inserida, intencionalmente, numa montagem.
4 Filmes com Inserções
1. Psicopata Americano, Mary Harron (USA, 2000)
2. Irreversível, Gaspar Noé (FRA, 2002)
3. Ela, Spike Jonze (EUA, 2013)
4. 45 Dias Sem Você, Rafael Gomes (BRA, 2018)
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