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Nove e Meia Semanas de Amor


Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne, foi filmado entre os meses de abril e agosto de 1984, mas apenas dois anos depois foi lançado comercialmente, em fevereiro de 1986.

Antes de Kim Basinger ser escolhida para interpretar Elizabeth, Demi Moore também havia realizado testes para o papel principal. Ela, que na época tinha 21 anos, não convenceu Lyne a protagonizar uma mulher divorciada e curadora de galeria de arte. Anos depois, eles trabalhariam juntos em Proposta Indecente (EUA, 1993).

Lyne utilizou táticas manipuladoras para extrair de Basinger o desempenho que ele queria. Por exemplo, o diretor não permitiu que Mickey Rourke, que interpretou John, e Kim Basigner mantivessem contato fora do set. Além disso, Lyne atribuía notas de desempenho de atuação a Rourke, mas nenhuma a Basigner, no afã de contrariá-la. Lyne justificou que, como filmou as sequências linearmente, o plano era mostrar gradativamente o colapso emocional da personagem. Anos depois, Basinger criticou duramente o diretor por essas medidas.

As cenas deletadas do filme totalizam cerca de 14h, pois foram consideradas pelo produtores como "prejudicais psicologicamente para as pessoas". Uma delas era Elizabeth (Basinger) e John (Rourke) assaltando um empresário em um elevador. Ela segura um canivete na garganta da vítima e depois o beija na boca sedutoramente.

A pedido de Lyne, o ator Mickey Rourke perdeu 30 kg antes do início das filmagens para interpretar John. Nas cenas mais picantes, dublês de corpo foram usados para substituir Kim Basinger.

Abaixo nós escolhemos quatro cenas de Nove e Meia Semanas de Amor para exemplificar a gramática audiovisual do filme. De nosso abecedário, nós citaremos decupagem e sequência. Todas as cenas estão disponíveis no nosso Twitter @sallvafilmes. Acompanhe-nos por lá.

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nesta sequência inaugural de 2'49'' de duração os créditos de abertura do filme surgem ao som não-diegético da trilha The Best is Yet to Come, por Luba, enquanto vemos a protagonista Elizabeth (Basinger) caminhando pelas ruas de uma metrópole até chegar a Spring Street Gallery, galeria de arte onde trabalha. Sem diálogos, esta sequência valida alguns atributos de Elizabeth como mulher emancipada, independente, trabalhadora e bem-humorada.

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nesta cena de 40'' a decupagem é empregada aqui com apenas três planos. O primeiro plano, chamado de plano-americano, por enquadrar os personagens do joelho para cima; depois um over the shoulder (OST) de Elizabeth (Basinger) e, por fim, um plano médio de John (Rourke) com uma echarpe nas mãos. Como a ação aqui parte de John, os movimentos dele em torno de Elizabeth até o abraço final coincidem com o enquadramento do segundo plano (OST).

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nesta cena de 2'06'' a trilha sonora é empregada de maneira diegética, ao contrário da sequência de abertura do filme. Elizabeth está na casa de John. Ele pergunta se ela gosta de música e, então, liga a vitrola e ouvimos Strange Fruit, de Billie Holiday. Nesse momento, tanto os personagens como o espectador ouvem a mesma música, razão pela qual denominamos de trilha sonora diegética.

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nesta sequência de 2'11'' Elizabeth está de frente a um telão. Atrás dela há um retroprojetor de onde imagens de obras de arte são projetadas. A trilha This City Never Sleeps, de Eurythmics, é trabalhada aqui de maneira não-diegética – a exemplo da sequência de abertura do longa – para trazer ritmo à excitação da personagem.

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986), dirigido por Adrian Lyne

Nove e Meia Semanas de Amor (EUA, 1986)

1h57min

roteiro Patricia Lousianna Knop e Zalman King

direção Adrian Lyne

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