top of page

Jump Cut



Jump cut, também conhecido como salto, é um recurso de edição entre dois planos similares, cuja distância espaçotemporal é quase imperceptível.

A prática do documentário e também da reportagem televisiva levou à utilização dessa forma de salto, que consiste em montar dois planos que são fragmentos da mesma cena, eliminando uma parte de um take e conservando o que vem logo antes e logo depois.

Esse tipo de linguagem foi introduzido no filme de ficção por Acossado (FRA, 1959), de Jean-Luc Godard. Dizem que a primeira edição do filme ficou muito longa e foi pedido para remover todas as cenas que retardassem a ação do enredo. Então, em vez de excluir cenas inteiras, Godard cortou pequenos pedaços daqui e dali. O jump cut é considerado um dos elementos estilísticos dos "novos cinemas" da década de 1960.


blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

O Cheiro do Ralo (BRA, 2007), dirigido por Heitor Dhalia, é filmado inteiramente com planos estáticos. Nas cenas de transição, em que o protagonista (Selton Mello) caminha entre a casa e o trabalho dele, explora-se o recurso de jump cut bem como na cena quando ele, obcecado pelo cheiro do ralo, quebra o chão com uma marreta.


blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

Em Meu Nome Não é Johnny (BRA, 2008), com direção de Mauro Lima, o salto é utilizado com efeito de transição fade para conotar uma passagem de tempo mais espaçada. Nesta cena, o protagonista, interpretado por Selton Mello, é preso pela polícia e o jump cut é utilizado para reforçar a sensação claustrofóbica atrás das grades.


blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

Em Cidade de Deus (BRA, 2002), dirigido por Fernando Meirelles e Kátia Lund, o salto é empregado para narrar "A História da Boca dos Apês". Assim como no filme de Mauro Lima, a câmera é estática e as transições são marcadas por fades, resultando numa narrativa recheada de elipses.


blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

blog O cinema Sallva, outubro 2021, Jump Cut

Quando estudei cinema na FAAP, durante os anos 2000, eu experimentei o recurso de jump cut no curta-metragem Evidências, realizado em 2008, com direção do meu colega e amigo Rafael Jannarelli. O filme tem uma estética noir e flerta com o movimento da nouvelle vague, oriunda na França nos anos 1960.


4 Filmes com Jump Cut

1. Acossado, Jean-Luc Godard (FRA, 1961)

2. Cidade de Deus, Fernando Meirelles e Kátia Lund (BRA, 2002)

3. O Cheiro do Ralo, Heitor Dhalia (BRA, 2007)

4. Meu Nome Não É Johnny, Mauro Lima (BRA, 2008)

11 visualizações
bottom of page